Eu conheci a Umbanda quando eu tinha uns 3 anos, minha avó era mãe de santo e eu me lembro vagamente de algumas festas de São Cosme e São Damião e alguma coisa de Iemanjá.
Por volta dos meus 8 anos, minha mãe voltou a ir a Terreiros de Umbanda e sempre me levava junto, eu me sentia bem lá dentro, me sentia confortável, confiável, querido e respeitado.
Me lembro como se fosse hoje a primeira festa de Iemanjá que eu fui na vida, lembro dos pontos, das pessoas, da minha mãe lá, das minhas tias que também são de terreiro...Mas minha mãe veio a falecer em 2001, e por influência católica fortíssima do meu pai, eu de certa forma fiquei com medo de voltar à Umbanda e fiquei anos sem ir, mas também nao ia há igreja católica. Nada contra, mas eu simplesmente não me sentia bem lá, não sentia que a minha vontade era estar lá, aquilo que o padre falava não que me tocava, não fazia sentido para mim.
Eu sempre achei que Deus era um homem bom, e não o carrasco que me ensinavam em algumas religiões...
Minha tia que era da Umbanda tinha, e tem até hoje, um quadro lindíssimo de Iemanjá, e eu sem ao mesmo lembrar muito bem, sempre ia lá e ficava fascinado com aquele quadro, admirado mesmo...
Um ano e pouco depois conheci uma menina na faculdade, ela era da umbanda, e mesmo sem saber qual nossa religião ficamos amigos no mesmo dia que começamos a conversar, e ela me reacendeu a vontade de voltar para o centro, e eu voltei! Ela me apoiou, o namorado dela também me ajudou muito. Eles foram muito fortes comigo, e eu voltei!
Pedi a minha tia para me levar a um centro onde minha familía já ia há muitos anos, e onde minha avó trabalhou por muitos anos. Fomos eu e minhas duas tias que são de terreiro, e lá eu entrei e me senti de novo em casa, me senti como a muito não sentia!
Descarreguei todo o peso da minha vida, me senti protegido de novo, vi onde era meu lugar, lembrei cada som, ainda lembrava bem de alguns pontos "Vou abrir minha jurema, vou abrir meu juremá, na licença de Mamãe Oxum, e na licença de Pai Oxalá".
Lembrei de minha mãe, vi a beleza da Umbanda e eu decidi encarar todo o preconceito que até eu mesmo, depois de tantos anos longe, acabei criando (minha família por parte de pai são todos católicos extremos, somos italianos).
Coloquei isso para minha família, meu pai, minha avó, aos meus amigos, e voltei, voltei para ficar, para declarar a minha fé!
Hoje sou um profissional da fotografia, consigo pagar minhas contas, me manter, ajudar meu pai, comprar minhas coisas, mas como muitos pensão, eu não fiz trabalho algum para ter isso!
A Umbanda me ensinou a vida, me deu conselhos lindos, me ensinou a trabalhar melhor.
Os Orixás e os guiás, em primero lugar, me ajudaram e me ajudam demais, mas eles sempre me aconselharam a ir a frente, ter juizo, ter cabeça, pensar, fazer coisas boas, e hoje eu divulgo a minha amada Umbanda, falo a todos, EU SOU UMBANDISTA com fé e orgulho, e agradeço a todos os irmãos de fé, as 7 linhas da Umbanda, a nosso pai Oxalá, a minha mãe Iemanjá e meu pai Ogum.
Bruno